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22/03/2017

Pesquisa: redução no consumo de lácteos prejudica a saúde dos ossos no fim da vida

O afastamento dos produtos lácteos tradicionais deixa milhões de pessoas sem cálcio suficiente e pode afetar a saúde óssea do consumidor na vida adulta, alertou uma instituição de caridade do Reino Unido.

Uma pesquisa da Sociedade Nacional de Osteoporose descobriu que quase um quinto dos consumidores com menos de 25 anos tinha procurado reduzir a quantidade de produtos lácteos em suas dietas. Isso se soma a pesquisas recentes da Food Standards Agency, que descobriu que quase um quinto dos jovens de 16 a 24 anos alegava ser intolerante ao leite de vaca e aos produtos lácteos, apesar de menos de um quarto desses terem tido sua intolerância diagnosticada por um médico.

Uma queda no consumo de lácteos poderia deixar os consumidores mais vulneráveis a quebras e fraturas, disse a instituição.

A professora Susan Lanham-New, chefe de ciências nutricionais da Universidade de Surrey e consultora clínica da Sociedade Nacional de Osteoporose, disse ao programa BBC Today que estava preocupada com o fato de que os consumidores jovens estavam sendo influenciados a evitar lácteos sem substituir importantes nutrientes em suas dietas.

“Acredito que a pesquisa que da Sociedade Nacional de Osteoporose apoia os achados da Pesquisa Nacional de Dieta e Nutrição, que é uma pesquisa governamental e que analisa as dietas. Esta última apontou que quase 20% das meninas têm ingestão de cálcio bem abaixo de 400mg por dia, o que significa uma ingestão muito baixa de cálcio”.

Análise: por que os consumidores estão se afastando dos produtos lácteos?

Este alerta da Sociedade Nacional de Osteoporose aponta que os consumidores mais jovens estão correndo maior risco de comprometer a sua saúde óssea no futuro. O afastamento dos produtos lácteos tem sido motivado pelo aumento da popularidade e pela disponibilidade de leites alternativos como leite de amêndoa e leite de coco. Também é possível que influenciadores de mídia social tiveram participação nisso, com a sociedade advertindo que os consumidores jovens são propensos aderir a modas alimentares não saudáveis.

A especialista em saúde, Liz Earle, que lidera uma campanha para aumentar a conscientização sobre os riscos das dietas de moda, disse que havia menos pressão sobre a alimentação nas gerações anteriores. “Quando eu estava crescendo, minhas refeições não eram fotografadas e compartilhadas nas mídias sociais. A pressão que as mulheres jovens estão sofrendo para se adequar ao que seus ídolos no Instagram estão comendo está realmente alta”.

No caso dos produtos lácteos, as consequências são também significativas. A falta de cálcio na vida mais cedo aumenta os riscos de os consumidores se tornarem mais propensos a rupturas e fraturas, com Lanham-New alertando que isso poderia tornar-se apenas um modo de vida. Além do cálcio, um copo de leite também oferece uma boa fonte de proteína, potássio, magnésio e vitamina B12, o que poderia ajudar a combater o aparecimento da demência.

“A dieta no início da idade adulta é muito importante. No momento em que chegarmos aos nossos 20 anos, é tarde demais para reverter os danos causados pela má alimentação e deficiências nutricionais; a oportunidade de construir ossos fortes passou”.

“Sem medidas urgentes para incentivar os jovens adultos a incorporar todos os grupos alimentares em suas dietas e evitar regimes particulares de ‘consumo limpo’, estamos diante de um futuro no qual a fratura de ossos será rotineira”.

“Sabemos que a osteoporose é uma condição dolorosa e debilitante e os adultos jovens têm apenas uma chance de construir ossos fortes e reduzir o risco de desenvolverem graves problemas na vida adulta”.

Um porta-voz da Fundação Britânica de Nutrição salientou que não foi a falta de produtos lácteos que levou à má saúde dos ossos, mas sim uma falha em substituí-los com fontes alternativas de cálcio, como vegetais em folhas e peixe com ossos comestíveis.

“Embora não seja necessariamente perigoso, para cortar leite de sua dieta é importante garantir que você obtenha cálcio suficiente de outras fontes. Os lácteos tendem a dar a maior contribuição para a nossa ingestão de cálcio e, assim, precisam ser substituídos por outras fontes, como pão, cereais, conservas de peixe, nozes, sementes e vegetais verdes folhosos, bem como a escolha de leites alternativos que sejam fortificadas com cálcio”.

Rick Miller, porta-voz da Associação Dietética Britânica e gerente de nutrição da The a2 Milk Company, afirmou: “Há um nível assustador de mal-entendidos em torno dos lácteos como dietas do tipo ‘consumo limpo’, liderada por celebridades, e modismos de se evitar alimentos. Isso vem aumentando em popularidade e, como resultado, nossos adolescentes estão potencialmente enfrentando uma crise futura de saúde”.

“As alternativas ao leite e as bebidas à base de plantas, como os leites de soja, amêndoa, aveia e arroz, não são naturalmente ricas em nutrientes e têm de ser enriquecidas com vitaminas, minerais e proteínas artificiais que são muitas vezes menos bem absorvidas do que as encontradas naturalmente no leite de vaca”.

No leite A2, a proteína beta-caseína A2 é isolada e a proteína A1, que às vezes leva a uma reação ruim dos consumidores, é removida.

“O verdadeiro leite de vaca realmente é a solução”, continuou Miller. “É incrivelmente nutritivo e uma fonte vital de cálcio – apenas um único copo fornece mais de um terço das nossas necessidades de cálcio e a nossa necessidade completa de vitamina B12, além de ser uma fonte de proteínas facilmente absorvida. Várias opções estão sendo lançadas no mercado, como por exemplo, o leite A2, que tem todas as vantagens nutricionais e pode ser a solução para aqueles que têm problemas ao digerir o leite comum”.

As informações são do FoodBev.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint.

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