A Rússia é um país altamente demandante por produtos agropecuários, dentre estes os lácteos, cujo principal provedor era a União Europeia (UE). Após os problemas políticos com a UE e os EUA, em função do caso da Ucrânia, iniciou-se um embate, por meio de embargos, entre os russos e os americanos e europeus.
O resultado prático dessas movimentações, para o setor de alimentos, foi que os russos deixaram de comprar alimentos dos europeus e americanos abrindo espaço para novos fornecedores, dentre estes fornecedores, os brasileiros.
De acordo com dados do site Eurostat a Rússia importou, somente da União Europeia no ano passado, 257,3 mil toneladas de queijos e 35,4 mil toneladas de manteiga, num montante superior a US$ 1,5 bilhão.
Cabe ressaltar que, na disputa pelo mercado russo, as empresas argentinas e uruguaias estão na frente das brasileiras, pois já possuem habilitações para exportar para aquele país. De acordo com site Aliceweb MERCOSUL, a Argentina exportou, em 2013, para a Rússia 11,7 mil toneladas de manteiga e 7,6 mil toneladas de queijos, já o Uruguai exportou 14,9 mil toneladas de manteiga.
Assim, a 23ª Exibição Internacional de Alimentos & Bebidas – World Food Moscow – ocorrida entre os dias 15 e 18 de setembro pode ser considerada um sucesso para as empresas brasileiras de lácteos, especialmente as que estiveram presentes.
Estiveram presentes, juntamente com a VIVA LÁCTEOS, a Itambé e a Tirolez. O espaço utilizado pelas empresas foi no stand do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Além do espaço o Mapa proporcionou condições para que as empresas tivessem condições de expor, acondicionar e até mesmo preparar seus produtos, de modo que os interessados pudessem degusta-los.
De acordo com as empresas presentes à feira, a quantidade de contatos foi boa, próximo a 100 contatos no total dos 4 (quatro) dias de feira. Mas o que mais chamou a atenção dos representantes foi a qualidade desses contatos, tanto que as projeções para as vendas futuras, em função dos contatos realizados na feira, são superiores a US$ 2 milhões.
Além das empresas que participantes o representante da VIVA LÁCTEOS também foi procurado por traders, com o intuito de conhecer melhor a Associação para oferecer a oportunidades de negócios para as empresas membros.
Como resultado das conversas tivemos uma demanda por soro de leite, encaminhada no relatório da semana de 15 a 19 de setembro, e outra demanda recebida no dia 25 de setembro com pedidos de queijos, manteiga e leite em pó, que serão encaminhados a todas as empresas, juntamente com os contatos dos traders que atuam na Rússia.
Houve também uma consulta de outra empresa, no dia 26 de setembro, informando que é uma empresa com experiência positiva no segmento de carnes, e pergunta como estão as habilitações das plantas brasileiras, pois estão estudando para inicia operações com lácteos brasileiros.
As cópias dos e-mails encontram-se no anexo.
Paralelamente à Feira, a VIVA LÁCTEOS se apresentou em dois seminários. O primeiro abordou a produção de leite em pó nacional, momento que foi dividido com o representante da Itambé. Este evento foi uma iniciativa do site russo “The Dairy News”.
O segundo, que foi uma iniciativa do Ministério da Agricultura, explorou a produção nacional e as potencialidades de crescimento de oferta para o mercado internacional. Na oportunidade fizeram uso da palavra, além da VIVA LÁCTEOS, o Secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Sr. Marcelo Junqueira, que falou de maneira geral do potencial agropecuário nacional, o Sr. Ricardo Santin, vice presidente da ABPA, abordando os mercados de aves e suínos, o Sr. Antônio Jorge Camardelli, presidente da ABIEC, discorrendo sobre a carne bovina, e por fim o Sr. Leandro Feijó, Diretor do DIPOA, falando do sistema de inspeção brasileiro.
Estas apresentações foram previamente encaminhadas aos associados da VIVA LÁCTEOS.
A VIVA LÁCTEOS também foi convidada a assistir a um mini-seminário, organizado pelo escritório da Apex-Brasil em Moscou, sobre o mercado russo de lácteos e de frutas, cujas apresentações seguem anexas.